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sexta-feira, julho 22, 2011

Vivendo na Perfeita Vontade de Deus

David Wilkerson

Nós cristãos nos empenhamos muito para encontrar a vontade de Deus para as nossas vidas. Crendo tê-la encontrado, batalhamos arduamente para vê-la cumprida em nossas vidas.

Estou convencido de que esse empenho para encontrar a vontade de Deus – para viver nela, andar nela e ver seu cumprimento – pode se tornar a nossa maior batalha. E a batalha se intensifica sempre que nos encontramos em circunstâncias difíceis.

Muitos cristãos simplesmente não conseguem aceitar a sua situação nesse momento. Suas vidas estão esgotadas por sérios problemas. Para alguns o fardo é uma doença prolongada. Para outros é um querido não salvo. E agora para um número crescente de pessoas a batalha é uma crise financeira. Pouquíssimos cristãos aceitam que tais fardos possam ser parte da perfeita vontade de Deus para as suas vidas.

Recentemente muitas pessoas me escreveram perguntando por que prego tantas mensagens sobre os problemas e aflições das pessoas pertencentes ao corpo de Cristo. Evidentemente, os que me escrevem essas cartas não estão dentre os que precisam de uma palavra de cura vinda do Senhor.

No entanto a verdade é que multidões de preciosos filhos de Deus estão enfrentando tempos difíceis. E estão desnorteados pois não conseguem compreender porque o Senhor permite que lutas tão penosas continuem. Muitos desses santos aumentam a agonia se convencendo de que fizeram algo de mal, e isso os colocou fora da vontade de Deus.

Os Estados Unidos e outras nações estão nesse momento sob a ira do Deus Todo Poderoso

Ninguém que esteja vivo hoje pode duvidar de que estamos enfrentando turbulências e apertos como nunca experimentados na terra. Como cristãos, cremos que durante tais tempos a igreja de Jesus Cristo se levanta para a sua melhor hora. Pregamos que nossas vidas devem ser raios de esperança em meio a grandes mudanças bruscas, provando a habilidade de Cristo em guardar Seu povo em todas as circunstâncias. E exortamos uns aos outros no tocante à fé, à esperança e a se apropriar das promessas de Deus.

De minha parte, tenho enviado mensagem atrás de mensagem encorajando a fé e a constância em meio a tempos de provas. E tenho alertado das conseqüências da incredulidade durante tais tempos. Muitos cristãos têm respondido, escrevendo que têm sido ajudados e encorajados na fé.

Como pregador do evangelho, sei que toda fé e esperança sustentadoras devem ter uma verdade alicerçante sobre a qual possam crescer. Que alicerce de verdade é esse? Simplesmente isso: preciso saber e crer que estou dentro da perfeita vontade de Deus – agora mesmo, exatamente onde estou, nesse exato momento, e lugar.

Em termos simples, não importa a situação em que me encontro, se estou andando em paz ou sofrendo, se estou rico ou pobre, doente ou saudável, preso ou livre: devo crer que estou no centro da perfeita vontade de Deus para minha vida; eu aceito que os meus passos têm sido ordenados pelo Senhor.

Pessoalmente me identifico com Paulo: seja qual for o estado que me encontre, estou satisfeito

Agradeço a Deus pelo exemplo de Paulo. Esse apóstolo fiel conhecia a abundância de bênçãos e também o regozijo em tempos de adversidade. Não importava sua condição exterior, não importava quão opressoras fossem suas circunstâncias, Paulo sempre soube que estava no centro da perfeita vontade de Deus.

Paulo escreveu muitas de suas epístolas às igrejas enquanto encarcerado em uma cela de prisão, limitado, desprezado, excluído dos crentes e aparentemente de todo o ministério. Fala-se muito de condições dolorosas de vida. No entanto, Paulo nunca disse ser prisioneiro das circunstâncias. Ao invés, ele chamava a si próprio "prisioneiro de Cristo".

Em sua epístola aos Colossenses, Paulo declara a vontade dele a todos os santos que sofrem: "Sejais cheios do pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus, corroborados com toda a fortaleza, segundo o poder da sua glória, para toda a perseverança e longanimidade com gozo" (Colossenses 1:9-11).

Incrivelmente, Paulo escreveu essas palavras de esperança e exortação enquanto estava na prisão; na verdade, foram produto de seu maior período de enclausuramento, provavelmente na Cesaréia. Quando Paulo escreveu essas palavras ele não tinha esperança alguma de ser liberto; tanto quanto pudesse saber, ele poderia ficar ali por anos, possivelmente o resto de seus dias.

Está claro que Paulo tinha feito as pazes com suas dolorosas circunstâncias

Em lugar algum nessa carta encontramos Paulo questionando o Senhor. O apóstolo havia entrado na plena compreensão espiritual da vontade de Deus. E aceitara suas circunstâncias como vontade do Senhor para sua vida naquele momento. Por isso Paulo escreveu triunfante aos Colossenses, "Oh, que vocês cheguem a esse completo entendimento espiritual da vontade de Deus para vocês".

Você pode imaginar? Aqui estava Paulo em total cativeiro, privado de qualquer tipo de liberdade. No entanto, ele falava de "andar de maneira digna do Senhor... agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus".

À aquela altura, muitos na igreja que sabiam da situação de Paulo tinham pena dele. Achavam que sua utilidade ao Senhor tinha chegado ao fim. Eles viam Paulo como acabado no auge da carreira, incapaz de fazer qualquer coisa para avançar o reino de Deus. Mas na realidade, Paulo estava crescendo em todo o entendimento, vida e verdade espirituais.

Há não muito tempo atrás, um jovem cristão maravilhoso descarregou sua grande ansiedade comigo. Ele disse, "Sinto chamado do Senhor para trabalhar com jovens e crianças. Mas todas as portas ao ministério só se fecham para mim. Eu oro para que elas se abram, mas Deus parece não ouvir meu clamor. Me sinto inútil, amarrado pelas circunstâncias".

"O único ministério que exerço agora é uma vez por semana. Ajudo com uma casa de assistência aos necessitados em uma das nossas favelas. Sirvo como um irmão mais velho ao filho de um pastor, porque seu pai está muito doente. Mas é só isso que estou fazendo. Creio que Deus tem mais para mim".

Quando ouvi isso, disse ao jovem, "Quero que você entenda uma coisa. O que você está fazendo agora é mais precioso ao Senhor do que se você estivesse pregando para milhares de pessoas em algum estádio. Utilidade a Ele não tem nada a ver com números".

"Você está cumprindo o teu papel em salvar o filho desse pastor. Vá e seja um amigo para aquelas crianças que Deus lhe deu na favela, mesmo que sejam poucas. Fique satisfeito nesse tempo e nesse local. E saiba que você está vivendo na perfeita vontade de Deus, porque está sendo fiel nas pequenas coisas".

Diga-me, cristão: você está em paz com sua situação atual? Você consegue confiar que Deus está realizando Sua obra perfeita em você através de cada circunstância? Se você não consegue, se tornará impaciente, desanimado e com o tempo, bravo com Deus, amargo e endurecido.

Pedro escreve, "Portanto os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador, praticando o bem" (1 Pedro 4:19). De igual modo, Paulo instrui, "Em tudo daí graças, pois essa é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco" (1 Tessalonicenses 5:18).

Viver na perfeita vontade de Deus pode conduzir a "tribulações em tudo"

Paulo escreve, "Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos" (2 Coríntios 4:8-9).

"Em tudo atribulados" — você pode se identificar com essa frase? Pode ser isso que você esteja experimentando na vida agora mesmo. Talvez você esteja enfrentando dor física, tensão conjugal, problemas financeiros, preocupações com os filhos. A vida pode ser totalmente esmagadora às vezes.

O fato é que é possível estar na perfeita vontade de Deus, e ainda assim estar abatido às vezes. Podemos andar bem no centro de Sua vontade e ainda estarmos perplexos, atribulados e perseguidos.

Alguns cristãos têm atribulações de todos os lados por tanto tempo que pensam, "Isso não pode ser de Deus. É demais para agüentar. O meu sofrimento e a minha provação estão durando tempo demais. Me sinto completamente abandonado nessas lutas. O Senhor deve estar me castigando por meus pecados passados. Não há outra explicação".

Paulo nos apresenta três verdades maravilhosas às quais se agarrou e o preservaram do desespero:

1. "Ainda que nosso homem exterior esteja se consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia" (2 Coríntios 4:16)

Ouça a verdade que Paulo está declarando a nós:

"Sim, todas essas muitas tribulações e lutas desgastaram o meu homem exterior. Minha carne está, de fato, mais gasta. Mas, ao mesmo tempo, algo maravilhoso está acontecendo em minha alma. Todas essas coisas estão cooperando para o bem em mim. Estou crescendo no meu conhecimento do Senhor e de Seus caminhos".

Paulo sabia que estava vivendo na perfeita vontade de Deus. Ele tinha consciência de que todas as lutas não estavam acontecendo por estar sob a ira de Deus. Pelo contrário, Paulo sabia mais profundamente do que nunca, que estava sendo grandemente amado pelo Senhor.

Em suma, Paulo aceitara sua condição daquele momento. E agora ele estava aprendendo a ter paciência: "Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa" (Hebreus 10:36).

2. Paulo desviou seus olhos do que é temporário e os focou naquilo que é eterno

Veja as palavras de Paulo:

"Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez abundantemente um eterno peso de glória; não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que não se vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas" (2 Coríntios 4:17-18).

Paulo está nos dizendo, "Tire os olhos das tribulações. Não se concentre nas coisas que estão vindo sobre a terra. Todas elas hão de passar. O seus problemas e tribulações não significam nada à luz da glória eterna que espera o povo Deus. Um instante em Seu paraíso e você não se lembrará de nada disso".

Está escrito sobre Cristo, "O qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz" (Hebreus 12:2). O próprio Jesus disse, "Ora, quando essas coisas começarem a acontecer, exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima" (Lucas 21:28).

3. De acordo com Paulo, quando há "tribulações por todos os lados" – quando trevas e incertezas se aproximam – Deus ordena uma luz maravilhosa para brilhar em nossos corações

Paulo está falando aqui de uma gloriosa manifestação do conhecimento da glória de Cristo que vem até nós em nossas tribulações:

"Porque Deus, que disse: das trevas brilhará a luz, é quem brilhou em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (2 Coríntios 4:6). Paulo está descrevendo nada menos do que uma nova revelação da glória de Deus na pessoa de Cristo.

Quando Paulo recebeu essa revelação, ele estava na prisão e sem um tostão. No entanto, repentinamente sua vida mudou. Muito embora continuasse com pouca comida na prisão, ele se vivificava pela renovada revelação da glória de Cristo que recebia diariamente.

Paulo não acusou a Deus de castigá-lo durante esse tempo. Ele nunca duvidou da vontade de Deus. Por quê? O céu havia se aberto para ele. À medida que contemplava a glória de Cristo, Paulo era transformado diariamente pelo que via, "de glória em glória" (2 Coríntios 3:18).

O que é a glória de Cristo, e como podemos contemplá-la?

O simples pensar em relação à glória de Cristo é aterrador. Foi descrita como o poder e a majestade do Senhor, Sua autoridade e esplendor, o grande EU SOU.

O problema é que não consigo me aprofundar em nenhuma dessas coisas. Minha mente humana é simplesmente incapaz de compreender tamanha grandeza.

Nas últimas semanas pedi ao Senhor para ancorar meu coração nesses tempos de más notícias. Busquei nEle uma palavra que me desse paz em meio a todos os inquietantes acontecimentos.

Ouvi o Espírito Santo cochichar, "David, contemple a glória de Cristo. É isso que o manterá ancorado em paz".

"Obrigado, Senhor" eu orei. "Mas o que é exatamente a glória de Cristo?".

Para mim, Sua glória desce de encontro a algo que eu necessite e entenda: misericórdia, benevolência amorosa. Isso é mais do que simplesmente a bondade de Cristo. É a Sua benevolência amorosa – então é a Sua terna benevolência amorosa.

Isso pode ser apenas uma faceta de Sua glória. Mas é como precisamos ver a Cristo – a exata semelhança do Pai celestial, que é cuidadoso, terno, amoroso e bondoso com Seus filhos.

Paulo contemplava a glória de Cristo cada manhã

Esse servo de Deus, tantas vezes afligido, acordava muitos dias profundamente atribulado. Houve incontáveis vezes em que ficou abatido e perplexo. Mas Paulo atiçava a alma a olhar para o alto, para que pudesse contemplar a glória de Cristo – significando a misericórdia e a benevolência amorosa da pessoa de Cristo. À medida que Paulo fazia isso, o Espírito Santo o renovava com forças para enfrentar cada dia.

Jeremias escreveu essa profecia: "Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra, porque destas cousas me agrado, diz o Senhor" (Jeremias 9:24).

Repare no primeiro item dessa lista de coisas nas quais Deus tem prazer: misericórdia, benevolência. Sua mensagem é clara para nós: somos chamados para nos gloriarmos em Sua misericórdia.

Davi testificou em seus Salmos, "Todas as tuas ondas e vagas passaram sobre mim. Contudo, o Senhor durante o dia, me concede a sua misericórdia, e à noite comigo está o seu cântico, uma oração ao Deus da minha vida" (Salmos 42:7-8, itálicos meus).

Se Jesus Cristo é o seu Senhor, Ele ordena que a luz de Sua amorosa benevolência brilhe em sua alma

A glória de Cristo – essa terna e amorosa bondade que brilha em nossos corações à medida que oramos e buscamos Sua palavra – transforma-nos, "de glória em glória", na semelhança de Cristo. E a revelação do amor, compaixão e cuidado que recebemos Dele deve brilhar de nós para outros.

Essa revelação é acrescentada diariamente dentro de nós "pelo Espírito do Senhor". De fato, é o Espírito Santo quem nos conduz à glória de Cristo. O Espírito opera o brilhar em nós e o nosso transformar através de cada circunstância. Finalmente, Ele nos mostra como fazer brilhar a Sua cuidadosa e amorosa benevolência a outros que estão precisando.

Pergunto: o que as suas atuais circunstâncias estão fazendo a você e em você? Há uma brandura de Cristo brilhando de você? Você pede ao Espírito Santo para lhe dar olhos que enxerguem as dores e necessidades dos outros? Essa é a transformação que Paulo diz ter lugar em nós pelo Espírito de Deus.

Somente aqueles que estão descansando na perfeita vontade de Deus podem crer que "todas as coisas cooperam para o bem" na pior das circunstâncias. Então, caro santo, levante sua cabeça e testifique a si mesmo, aos céus e às suas circunstâncias: "Estou vivendo na perfeita vontade de Deus, venha o que vier". Amém!

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