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quinta-feira, julho 14, 2011

Quebrantamento

David Wilkerson

Davi escreveu diversas vezes sobre quebrantamento em seus Salmos. Ele falou da proximidade de Deus para com os que estão quebrantados: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17). “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Salmos 34:18).

Deus também fala através do profeta Isaías para expressar Seu amor por todos os que estão quebrantados em espírito: “Eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme da minha palavra” (Isaías 66:2). “Porque assim diz o Alto e o Excelso que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e humilde (quebrantado) de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15, itálicos meus).

Quão incríveis promessas o nosso Senhor deu àqueles que são contritos em espírito. Ele se compromete a habitar com todos os que foram quebrantados, e a revificar seus corações.

Tanto o salmista quanto Isaías estão falando profeticamente de um quebrantamento que aponta para a morte e ressurreição de Jesus

Há um quebrantamento físico que é resultado do desespero humano. Estou falando do luto, da dor emocional, da angústia proveniente de aflições físicas. No entanto, o quebrantamento do qual falam Isaías e o salmista refere-se a algo além do desespero humano. Eles estão falando de quebrantamento espiritual.

O quadro mais genuíno de quebrantamento espiritual é encontrado em Lucas 19. Nessa passagem Jesus está entrando em Jerusalém montado em um jumentinho:

“E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses, ao menos neste dia [tempo], o que te poderia trazer a paz! Mas agora isso está encoberto aos teus olhos” (Lucas 19:41 e 42).

Os evangelhos mostram poucas ocasiões em que Jesus chorou. Uma vez foi junto à tumba de Lázaro. Naquela passagem, a tradução diz que Cristo “chorou silenciosamente”. Mas aqui em Lucas 19, ao Jesus entrar em Jerusalém a tradução em grego significa, “CHOROU ALTO".

Jesus nos dá a razão pela qual chorou com tantas lágrimas: "Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste!" (Lucas 13:34).

Aqui estava a fonte da agonia de Jesus. Lemos que Cristo “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”. Jesus se lamentava dizendo, “Se ao menos tivessem aceitado as coisas que Eu lhes disse! Isso teria lhes trazido a Minha paz, Minhas bênçãos, Minha esperança e propósito para suas vidas”.

Como cristãos sabemos que Jesus é a única esperança para o mundo

Todo crente sabe que temos Alguém a quem recorrer. Temos uma fonte à qual podemos recorrer para buscarmos força e consolação, porque cremos que Jesus é quem Ele afirmou ser. Paulo fala desta esperança ao escrever:

“Portanto, lembrai-vos que outrora vós – estáveis naquele tempo sem Cristo... estranhos aos pactos da promessa, NÃO TENDO ESPERANÇA e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus... pelo sangue de Cristo chegastes perto. PORQUE ELE É A NOSSA PAZ” (Efésios 2:11-14, maiúsculas minhas).

O autor de Hebreus acrescenta, “Nós que já corremos (em Cristo) para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora... segura e firme” (Hebreus 6:18 e 19).

Eis a diferença entre nós, que encontramos refúgio em Cristo, e as multidões que estão perdidas: eles rejeitaram o resgate. Para muitas pessoas hoje, a verdade da morte de Jesus na cruz bem como Sua ressurreição, não passam de uma fábula.

Como os profetas alertaram, tais pessoas O ouviram e rejeitaram voltando-se para seus próprios caminhos. Estão perdidos sem esperança – e que perda trágica é essa.

Essa tragédia começa com aquilo que as multidões perderam

A geração perdida hoje é como a multidão em Jerusalém pela qual Jesus chorou. As pessoas nos dias de Cristo perderam o que Ele queria ter-lhes dado.

Eles perderam a verdadeira liberdade. Perderam a paz que vem da segurança de ter todos os pecados perdoados. Perderam o toque curativo de Jesus. Perderam um abrigo para a tempestade. Perderam a permanente, consoladora e guiadora presença do Espírito Santo.

Foi por essa massa humana perdida que Jesus chorou e clamou, “Se ao menos! Se ao menos vocês soubessem o que Eu queria para as suas vidas. Se ao menos tivessem pego o que lhes ofereci. Eu queria lhes abrigar, espalhar Minhas asas de consolação sobre vocês. Se ao menos tivessem ouvido. Se ao menos conhecessem o Meu amor e a Minha misericórdia para vocês”.

“Mas agora isto está encoberto aos teus olhos... porque não conheceste o tempo da tua visitação” (Lucas 19:42, 44).

O que Jesus diz sobre os que O rejeitam? “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mateus 7:13-14).

As multidões dos dias de Jesus rejeitaram Sua oferta. E hoje Sua oferta ainda está sendo rejeitada. Contudo este ainda é o dia da visitação para essa geração. De quantas multidões Cristo irá dizer, “se ao menos”?

O que Jesus viu, exatamente, que partiu Seu coração e O fez chorar?

Cristo olhou as multidões de judeus e gentios tentando desesperadamente agradar a Deus através de rituais. Ele viu multidões de pessoas abatidas, com espírito pesado, se desesperando por causa dos esforços feitos ao longo de toda uma vida para agradar a Deus. Eles todos eram muito sinceros quando praticavam os rituais que lhes eram impostos. No entanto, isso só aumentava as suas cargas. Os próprios judeus tinham 613 leis e rituais para guardar. E os gentios tinham muito mais deuses para tentar agradar.

Imagine quão profunda deve ter sido a tristeza de Jesus ao testemunhar isso. Ele tinha acabado de passar três anos pela terra pregando às multidões “Eu sou o caminho, o único caminho para o Pai. Eu sou a ressurreição e a vida. Nenhum homem pode vir ao Pai se não for por Mim”.

Agora Ele via as multidões entrando e saindo das sinagogas e templos - e em Seu olho profético, Ele via isso acontecendo não apenas em Jerusalém, mas no mundo inteiro ao longo do tempo.

De fato, o que Jesus via acontecendo então, está acontecendo neste exato momento. Milhões de pessoas ao redor do mundo oferecem sacrifícios aos seus deuses todos os dias esperando apaziguar suas iras. Alguns até mesmo afligem seus corpos com grandes dores como oferta às suas divindades. A qualquer dado momento milhares de preces e cantos são levados ao alto em tentativas desesperadas de encontrar esperança.

Frequentemente vejo multidões de estrangeiros durante minhas caminhadas de oração pela praça de Times Square

Toda vez que faço tais caminhadas, vejo muitos turistas de vários lugares do mundo. Visitantes da Índia chegam aqui provenientes de uma terra com mais de um milhão de deuses. Visitantes da China e Japão representam nações com outros milhões de deuses.

A maioria dessas pessoas procura pela mesma coisa: expiação. Elas estão desesperadas por uma saída para aplacar seus deuses, desesperadas para oferecer um sacrifício que vá ajudá-las a escapar da culpa por seus pecados. A grande pergunta para todos eles é, “Como eu faço para obter paz com meu deus?”.

Quando Jesus olhou ao redor do templo, viu pessoas em toda parte comprando cordeiros, cabras ou pombos para oferecerem como sacrifícios. Foi quando grande dor sobreveio a Ele:

“E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! Se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! Mas agora isso está encoberto aos teus olhos” (Lucas 19:41 e 42)

Cristo estava dizendo, “Se ao menos vocês conhecessem a provisão que Meu Pai celestial fez para vocês. Vocês conheceriam a paz que excede todo o entendimento”.

A Bíblia oferece esse mesmo clamor “Se ao menos!” de ponta à ponta

Se ao menos tivessem crido na promessa de Deus para Abraão. Cada uma das três maiores religiões do mundo – cristianismo, judaísmo e islamismo – reivindicam Abraão como sendo o pai de sua fé. No entanto poucos dentro dessas religiões compartilham a fé que Abraão tinha em Deus.

Em obediência a Deus, Abraão levou seu filho Isaque ao monte para oferecê-lo como sacrifício. Ao longo do caminho Isaque perguntava ao pai, “Onde está o cordeiro para o sacrifício?”. Abraão respondia com fé: “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto” (Gênesis 22:8). E Deus o fez, levando Abraão a encontrar um carneiro preso num arbusto.

A fé de Abraão fala conosco claramente hoje, da mesma forma como falou com Isaque: “Se ao menos você estivesse atento, veria a provisão de Deus para o sacrifício”.

Se ao menos o povo de Deus tivesse crido nas palavras de João Batista. Aqui estava um dos seus próprios profetas, venerado e digno de confiança que falou o seguinte de Jesus: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Mais tarde, João novamente identifica a Jesus do seguinte modo: “E olhando para Jesus, que passava, disse: Eis o cordeiro de Deus!” (João 1:36).

Deus proveu o Seu próprio cordeiro para o sacrifício: Jesus, Seu único filho. E quando Cristo foi crucificado, sepultado e ressuscitado dos mortos, Ele se tornou a nossa expiação, a nossa paz. Jesus voluntariamente tomou sobre Si nossos pecados, culpas e vergonha. Ele morreu e ressuscitou para tornar livres todos os homens.

"Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus” (1 Pedro 1:18-21).

Pedro nos relembra a gloriosa verdade: “Cristo é a nossa esperança!”.

Jesus foi ressuscitado como a nossa única justiça, a nossa única maneira de agradar a Deus

O Pai disse isso a respeito de Jesus, “Esse é o Meu filho amado de quem Me agrado”. O apóstolo Paulo nos relembra disso vez após vez ao longo de suas epístolas, ensinando que somente Cristo é a nossa justiça aos olhos de Deus.

“Mas agora, sem lei, tem-se manifestado a justiça de Deus, que é atestada pela lei dos profetas; isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos os que crêem; pois não há distinção. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela Sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:21-24).

Paulo então acrescenta, “Assim também Davi declara bem-aventurado o homem a quem Deus atribui a justiça sem as obras, dizendo: bem-aventurados aqueles cujas iniqüidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputará o pecado" (Romanos 4:6-8).

O apóstolo está dizendo, “Justiça unicamente por meio da fé é: ser encontrado em Cristo não tendo minha própria justiça ou retidão. A minha própria ‘justiça’ é aquela da lei. Mas a justiça que é de Cristo vem baseada na fé”.

Podemos dar aos pobres e necessitados, podemos ser bondosos, podemos ter pensamentos bons e honrosos. E podemos convencer a nós mesmos que essas boas obras vão ajudar a sermos salvos no dia do juízo. Não é assim. Mesmo se eu vivesse por anos sem quebrar a Palavra de Deus em pensamento e obras, isso não me daria crédito algum. “Não pelas obras que temos feito... mas pela fé no sangue vertido de Jesus”.

Não digo isso de maneira leviana. É devastador para qualquer pessoa ouvir, “Suas boas obras não vão te salvar”. De fato, não podemos convencer ninguém disso. Tal convencimento requer um milagre da misericórdia de Deus; é um trabalho que deve ser realizado pelo Espírito Santo.

Eis o sacrifício que devemos fazer, de acordo com Isaías: “O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).

Finalmente, o que é quebrantamento?

Quebrantamento é desistir de alcançar o céu através de qualquer quantidade de bondade pessoal. É deixar de lado toda confiança em nossos próprios esforços. É se voltar totalmente para a vitória da cruz de Cristo, crendo que Ele é o único caminho. Finalmente, é confiar Nele para nos dar poder através de Seu Espírito para correspondermos ao que Ele requer em nossas vidas.

Isso é quebrantamento, contrição, humildade. E precisamos de tal quebrantamento para continuarmos a andar em fé: “Perto está o Senhor dos que tem o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Salmos 34:18).

“Porque assim diz o Alto e o Excelso, que habita na eternidade e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito e também com o contrito e humilde de espírito, para vivificar o espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos” (Isaías 57:15).

Não importa como eu possa me sentir, Cristo é a minha justiça e retidão. Não importa quantas dúvidas possam se levantar, Cristo é minha justiça. Não importa quantas acusações eu ouça do Diabo durante o dia, eu permaneço nisso: Deus vê a mim como justo em Cristo!

“Eis para quem olharei: para o humilde e contrito de espírito, que treme da minha palavra” (Isaías 66:2).

Onde está o Cordeiro de Deus agora? Está no céu, assentado em Seu trono, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Príncipe da Paz. Um dia todas as religiões do mundo irão prostrar seus joelhos ante Jesus e confessar que Ele é o Senhor. “Todo joelho se dobrará, toda língua confessará, que Ele era – Ele é – o eterno Cordeiro de Deus”. Eis o Cordeiro de Deus!

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