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domingo, fevereiro 13, 2011

Paz de Espírito Nestes Tempos Difíceis

David Wilkerson

Jesus disse, “Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27). Cristo compartilhou essas palavras com os discípulos na véspera da Sua crucificação. Elas tiveram o objetivo de confortá-los e lhes dar segurança na que viria a ser a hora mais negra de sua fé. Desde aquela época, cristãos ao longo das eras ganharam conforto destas palavras de Jesus aqui, sustentando-os através de suas lutas mais difíceis.

No entanto, hoje, muitos cristãos efetivamente têm corações conturbados e efetivamente vivem com medo. Sei, pelas cartas que são enviadas ao nosso ministério, que muitos crentes estão secretamente contaminados por pânico, agitação, e noites sem dormir.

Cristo ainda acrescenta outra segurança no mesmo versículo: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou”. Entretanto, muitos cristãos se encontram incapazes de encontrar paz de espírito. Para muitos, a paz vem e vai, deixando-os preocupados, inquietos, abatidos pelo estresse.

No evangelho de Lucas, o profeta Zacarias diz o seguinte sobre o Messias que viria, “Para que libertados de mãos inimigas, possamos servi-lo sem medo, em santidade e justiça, em sua presença, todos os dias da nossa vida” (Lucas 1:74-75).

Eis aqui uma das razões primárias porque Jesus veio a terra e morreu pela humanidade pecadora: para que possamos caminhar com Deus sem medo, gozando de Sua paz todos os dias de nossas vidas. Isso parece impossível quando enfrentamos desastres, aflições, dores horríveis, e também em nossos períodos de sofrimento, provas e incertezas. Em tempos como esses nos sentimos esmagados e o medo prende nossos corações. Como podemos ficar em paz quando tudo parece fora de controle?

Zacarias diz isso sobre o Messias: “que há de iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte... e dirigir os nossos passos no caminho da paz” (1:79, itálicos meus). Ele estava dizendo que Jesus guiaria todos nós no caminho da paz – não para a inquietude, vazio ou medo, mas para mansidão e descanso. Essa é a Sua promessa, mas para alguns o caminho parece exatamente o contrário.

As escrituras chamam Jesus de Príncipe da Paz; ao nascer os anjos declararam em louvor, “Paz na terra!”. O apóstolo Paulo descreve as boas novas de Cristo como “o evangelho da paz”. Jesus mesmo disse, “tenhais a paz em mim” (João 16:33). Simplificando, o evangelho trata da paz. “Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel, anunciando-lhes a boa nova da paz, por meio de Jesus Cristo” (Atos 10:36).

Quando Paulo esboça o caminho aceitável pelo qual devamos servir ao Senhor, é incluído caminhar na paz de Deus: “O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo. Quem deste modo serve a Cristo, agrada a Deus e goza de estima dos homens. Portanto, apliquemo-nos ao que contribui para a paz e para a mútua edificação” (Romanos 14:17-19, itálicos meus).

Nesse mundo enfrentaremos tribulações, perseguições, lutas árduas, “por fora combates, temores por dentro” como Paulo diz em 2 Coríntios 7:5. Seremos tentados e sofreremos. Os ventos da adversidade tentarão tombar a casa da fé que construímos sobre Jesus, a Rocha da nossa salvação.

Mas ainda assim, devemos servi-Lo em justiça, paz e alegria no Espírito Santo. A oração de Paulo pela igreja era essa: “O próprio Senhor da paz vos dê paz sempre e de toda maneira. O Senhor seja com todos vós” (2 Tessalonicenses 3:16). Pense nisso: paz em nossas circunstâncias!

Deus estabeleceu nos conceder paz mesmo em nossas piores circunstâncias

O objetivo de Deus para Seus filhos é que vivamos livres de todos os cuidados e preocupações. Sabemos disso, professamos isso e as escrituras confirmam - mas muitos de nós não entramos em tal caminhar. Deus deseja que sejamos libertos: “Não andeis ansiosos por coisa alguma, antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:6-7).

Paulo diz aqui que ao levarmos tudo a Deus em oração – todos os nossos anseios e pedidos – obtemos Sua paz. Então, você leva tudo a Deus em oração? Não é uma marca de humildade retrairmos nossos pedidos Dele. Esse versículo diz que Ele se abre a todos os nossos pedidos. E Ele se agrada quando fazemos isso.

No entanto, não devemos interpretar mal o que Paulo diz aqui. A benção de tornar nossos pedidos conhecidos não é a de que vamos sair do nosso quarto de oração com o pedido repentinamente respondido – a nossa doença já curada, nosso problema resolvido. E sim que emergimos sendo tocados por Deus, e nosso coração aquietado em paz. Em suma, nossa luta, medo e ansiedade são removidas porque estivemos com o Criador.

É impossível ter paz genuína sem um renovado toque de Sua mão quando estamos no centro do problema

“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no nosso meio” (Efésios 2:14).

As pessoas mais tragicamente iludidas na terra, são aquelas que clamam por paz fora de Jesus. A “paz” delas baseia-se em um falso senso de segurança. Agora mesmo os Estados Unidos estão cheios de religiões e doutrinas orientais, todas pretendendo oferecer paz de espírito. Muitos dos que aderem a elas defendem que meditando sozinho ou repetindo um mantra lhes traz paz. Eles dizem, “Se ficar atribulado, vou para o meu quarto meditar. Isso ajuda a me isolar do resto”.

Compare isso com Jesus. Em Seus dias na terra, o nosso Senhor foi muito glorificado em tempos de adversidade. Ele enfrentou cada crise de cabeça erguida. E como o cabeça da igreja hoje, Ele pode conceder paz ao Seu povo em meio à toda tribulação que enfrentarmos.

Se você pensar a respeito, existe uma coisa na qual o mundo não consegue dar jeito: adversidade. Os que são atraídos a seitas simplesmente negam as adversidades em suas vidas escapando para dentro de um mundo de ilusão. Da mesma forma, os seguidores de praticas orientais se entregam a “inexistência”. Qualquer senso de paz que obtêm é dissipado após um dia ou dois, à medida que as pressões do mundo voltam invadindo tudo.

O que Jesus oferece não é o vazio. Pelo contrário, Ele oferece plenitude – uma paz que está continuamente se renovando. Não nos esvazia mas pelo contrário, nos restaura com vida abundante.

Outros no mundo confiam na autodeterminação para superar problemas e preocupações. Eles dizem, “Eu estava indo no caminho errado, machucando a mim mesmo e a minha família. Eu sabia que era hora de mudar, então virei uma página nova. Me desliguei de todos os maus hábitos e comecei a fazer o que era certo. Hoje não sou mais a mesma pessoa que eu era. Trabalhei duro para conseguir essa paz que eu tenho. E creio que Deus está satisfeito comigo”.

Nós que seguimos a Cristo sabemos pela Sua palavra, “Porquanto pela observância da lei nenhum homem será justificado diante dele” (Romanos 3:20). A próxima vez que a pessoa autodeterminada cair em pecado, toda sua paz duramente obtida se irá. E ele será devastado pela idéia de que foi enganado por um sonho falso.

Paz genuína é resultado de ser justificado pela fé

“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). É preciso haver um alicerce sólido para a nossa paz. As escrituras dizem que o alicerce é a justificação. Somos capazes de ter paz porque Jesus Cristo nos justificou diante do Pai celestial.

No entanto alguns cristãos jamais entraram na grandiosa paz que essa justificação traz. É vital que entendamos o que “justificado” significa, porque esse conceito contém a chave para a nossa paz.

Justificação acarreta dois princípios. Primeiro, diz que meus pecados foram apagados. Fui absolvido de toda iniquidade pelo sangue de Jesus Cristo. Aqueles pecados não são mais imputados a mim porque quando Cristo foi à cruz Ele pagou por todos eles.

Em suma, essa justificação é pela fé na Rocha, nosso alicerce e base de toda a paz em Deus. “Justificar” significa declarar alguém “sem culpa”. É proclamar que nossa dívida está totalmente paga por Cristo e que Deus está satisfeito. Jesus foi “entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitado para a nossa justificação” (Romanos 4:25). Ele ressuscitou para nos declarar livres de toda culpa.

No entanto ser justificado significa mais do que simplesmente ser perdoado. Jesus não apenas me limpou de todos os meus pecados; Ele também me tornou aceitável diante do Pai por intermédio de Seu sacrifício.

Essa é a segunda grandiosa parte da justificação. Não somente fui declarado inocente e sem culpa, mas também fui declarado santo aos olhos de Deus.

Você pode trabalhar arduamente para obter vitória sobre cada pecado que o assedia. Você pode não ter falha alguma, ganhar controle sobre cada hábito, vencendo seu temperamento ou maus pensamentos, lançar fora toda conversa indigna. Entretanto, em meio a tudo isso você pode ainda estar construindo sob a fundação errada. Por quê? Porque sua paz não pode ser proveniente daquilo que você faz ou de como você se sente.

Reconheço que vivi dessa forma as vezes em minha vida. Durante esses breves períodos, sabia em meu coração que tinha sido salvo pela graça mediante a fé e que minhas boas obras não me salvariam. No entanto, como muitos outros, esperava que Deus me abençoasse de acordo com minha performance. Minha paz viria e iria de acordo com meu senso de “bondade” ou de um surto de “maldade”. Uma falha de qualquer tipo traria desespero e a perda de paz.

Talvez você tenha tido esse embate. Você quer muito agradar ao Senhor. Mas você julga sua permanência em Deus pelo que “você está fazendo” ao invés de pelo que Jesus fez por você. Sendo honesto, veria que está avaliando sua paz interior e até mesmo a salvação pelo seu desempenho.

Não, nunca! Você não pode se justificar por qualquer meio humano. E você simplesmente não pode conhecer a paz de Deus através de Cristo, até que entenda o alicerce dela. Vem somente do conhecimento de que você está reto aos olhos de Deus através do sangue vertido de Jesus. É por esse único motivo que somos “agradáveis a si mesmo (Deus) no Amado”.

O povo de Deus deve perseguir a paz de maneira totalmente diferente, entrando na verdade daquilo que Cristo fez por nós. Sua palavra diz, “E a paz de Cristo, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos” (Colossenses 3:15).

Jesus continuará a nos justificar todo o tempo até O encontrarmos na eternidade. E a nossa fé nEle produzirá continuamente em nós poder de santificação. “Para que recebam remissão de pecados e herança entre aqueles que são santificados pela fé em mim” (Atos 26:18).

Sabemos que somos aceitos por Ele porque Ele convida nos achegarmos ao Seu trono com ousadia

Vou lhe perguntar: por que Deus lhe convidaria para ir ao Seu trono se estivesse com raiva de você? Você pode se condenar por ter tido um dia ruim ou ter feito algo que entristeceu o Espírito Santo. Mas nessas ocasiões, o que Sua palavra o chama a fazer? Você deve correr para o Senhor, gritando “Jesus, meu coração se arrependeu. Sei que podes apagar toda a minha iniquidade”.

O Pai não virou as costas para você. Contudo muitos cristãos vivem como se Ele tivesse feito isso. Eles vivem sob constante ansiedade achando que estão salvos um instante e não salvos no outro. Vivem em contínua confusão sem necessidade, pois não têm o seguinte alicerce: “Estou justificado aos olhos de Deus, pelo sangue do Cordeiro. E não apenas tornei-me reto aos Seus olhos - também sou aceito pelo Pai como santo. Tenho o direito de entrar em Sua presença”.

É disso que se trata a história do filho pródigo. Esse homem cheio de pecados grosseiros não apenas foi perdoado, beijado, recebeu novas vestes e um novo anel, como também foi convidado a se assentar à mesa do pai para desfrutar do banquete. Essa é o verdadeiro retrato da justificação: não somos deixados para tentar apaziguar a Deus, e sozinhos operar ingresso em Suas bondosas graças. Ele o fez por nós.

Satanás está agora mesmo diante de Deus acusando você de todos os tipos de pecados: infidelidade, mentiras, desonestidades, deficiências. Ele tem uma lista longa de cada coisa errada que você fez recentemente. “O acusador de nossos irmãos... que os acusa de dia e de noite” (Apocalipse 12:10). O Diabo diz para Deus, “Como essa pessoa pode ser salva com todas as coisas que a vi fazer? Quero justiça! Tu não podes ser um Deus justo se a deixa se safar disso”.

O Diabo está certo em muitas de suas acusações. Você falhou as vezes. Você se destituiu da glória de Deus. Você fez coisas tão diversas do que Jesus faria.

Mas nosso Juiz não se intimida ou impressiona por acusação alguma. Ouço-O do céu dizendo ao nosso acusador. “Não preciso de uma única palavra sua, pai da mentira. Legalmente você não tem o que alegar. Você está trazendo acusações contra alguém que Eu já absolvi. Agora suma!”.

Não precisamos temer nosso Juiz. Ele está do nosso lado e removeu todas as nossas transgressões: “Lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados” (Isaías 38:17). “Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miquéias 7:19). “Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro” (Isaías 43:25).

Vejo o Rei da glória colocando-se diante de nosso acusador, intimando-o, “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica” (Romanos 8:33).

Alguns dos que estão lendo isso estão simplesmente vivendo abaixo de seus privilégios. Se está carregando uma carga de culpa e de preocupação que não se precisa carregar. Deus quer que você saiba o quão desimpedido você está no céu, e que agora mesmo está pronto para a glória. E Ele quer que você se aposse da paz que é sua.

Em sua segunda epístola, Pedro fala de todos os elementos da terra finalmente se derretendo. No entanto, mesmo em meio a um período tão horrendo – na hora mais atribulada do mundo – somos chamados a termos paz de espírito:

“Uma vez que todas estas coisas hão de ser assim dissolvidas... os elementos, ardendo se fundirão... Pelo que, amados, como estais aguardando estas coisas, procurai diligentemente que por ele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz” (2 Pedro 3:11-12, 14).

Naquele dia quando ficarmos diante do Senhor vamos olhar para Suas mãos marcadas, e nos daremos conta de que a fonte de nossa justificação fez mais por nós do que jamais poderíamos cumprir com uma vida inteira de penitência ou desempenho.

Deus quer que tomemos posse de Sua bênção de paz agora mesmo

Nosso Pai quer que sejamos capazes de olhar para as feridas de Jesus e declararmos ao Diabo, “Esse é o pagamento pelos meus pecados. Você não pode mais me acusar dessas coisas, Satanás. Jesus defende a minha causa por mim. E por causa Dele sou justificado diante dos olhos de Deus”.

Recentemente orei assim, “Senhor, quero a Sua paz a todo custo. Não vou mais ouvir as mentiras do Diabo. Sei que minha salvação não está em meu desempenho. Não, Jesus, somente Tu pleiteias a minha causa. Descanso no que fizeste por mim”.

Você pode dizer o mesmo pela fé? Que você não vai tentar você mesmo operar a sua entrada na satisfação de Deus? Que Jesus tirou todos os seus pecados, e que você está pronto para entrar na presença de Deus através Dele?

O fato é que quando Deus olha para você Ele vê a Cristo. Ele não vê o “velho homem” que Paulo se refere, mas, sim uma nova criatura em Cristo. Tal como Jesus está em glória, também estamos nós neste mundo: redimidos, justificados e libertos.

Então, você está preocupado ou com medo? Você está se condenando? Você não tem mais de viver em culpa ou ansiedade. Se você confessou seus pecados e confia no sangue de Jesus, aqueles pecados se foram, e estão removidos completamente. Você está justificado.

“Já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus... que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:1,4). Deus diz, em essência, “Eu não lhe dei esse medo ou condenação. O Diabo que os pôs em você. Livre-se deles pela fé, dizendo, 'Sou lavado e limpo pela fé em Jesus. Sei que Deus me ama'”.

Se você fez isso, o Senhor se agradou de você. Você O está alegrando muito! Por isso Ele diz, “Venha ousadamente à Minha presença, torne seus pedidos conhecidos a Mim, e peça amplamente que seu gozo seja cumprido”. Isso é paz genuína!